O melhor é fazer mesmo uma escolha definitiva. Não se pode passar o tempo a experimentar trajes e a ensaiar poses e passes/passos sem que se assuma qual o papel a que nos queremos vincular. As hesitações não são próprias de adultos conscientes da sua adultícia, mais fazem lembrar a adolescência e as suas inconstâncias. Vou, quer queira quer não, ter que me decidir.
Ah! mas o que me dá mesmo gozo é experimentar, é ousar tentar, é ousar fazer, sem compromissos para além do querer experimentar, experimentando-me. Esta é a essência mais essencial da essência humana. O resto: o perfeito, o correcto, o certo, o socialmente aceite, não passam de construções sociais, castradoras do experimentalismo natural da vida dos humanos.
Experimentemos, pois, em nome da obediência cega à nossa natureza e a nós próprios. Esta cegueira representará, assim, o que melhor se pode esperar da mais pura visão.