sábado, 24 de novembro de 2007

Flores deste Outono




Teia

"As teias de uma aranha são 5 vezes mais fortes do que o aço no mesmo diâmetro. - Além disso a teia pode ainda se esticar 4 vezes mais que seu comprimento inicial. - As teias resistem a água e a temperaturas até -45ºC sem se romperem".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aranha

Poema gráfico

O peso do silêncio

Ouço o silêncio
como nunca o houvera ouvido
Pesa-me o silêncio
sensação que nunca houvera tido
O volume do silêncio
no máximo da altura
reforça o peso do silêncio
no ruído da amargura
Silêncio de voz
ausência de palavras
desencontro de nós
lavoura sem lavras
E o silêncio ruidoso
cada vez mais pesado
torna-se ruído penoso
deste fado não cantado.

JRocha

Ausência/presença/transparência

Capa presente
companheira
fagueira
inocente
Capa discrição
na aparência ausente
sempre quente
e crente
no sentir do coração.

JRocha

Do ver ao sentir

Apaguei o sol
acendi uma vela
curvou-se o girassol
perante a estrela
que tímida e tremente
mas cintilante
apareceu do oriente
rosada de ofegante.
Apaguei a vela
e na escuridão
deixei de vê-la
mas a sua cintilação
pude, enfim, senti-la
através da sua palpitação.

JRocha

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Os fios ... e os laços ... e nós

Nós ... e os laços ... e os fios
elementos da mesma rede
que se alimenta da sede
de nós e dos laços
e em que os laços em nós
se convertem
e revertem
em mais nós em mais laços e em mais fios
Os fios ... os laços ... e nós.


JRocha

Mais Cores deste Outono

Falsas uvas tintas
de um serôdio fim de Verão
nem com o som agudo das requintas
passais além de fraca imitação
do fruto a que alguém já chamou pão.

Paleta (quase) monocromática
de mil matizes e tons de verde
atitude de altivez aristoctática
de quem aprumadamente se ergue
e nem à força dos ventos se vergue.


De écharpe descaída do ombro
lá está ela, aprumada e elegante,
causando furor, ou mesmo assombro,
a todo o cavalheiro petulante
que a mire com olho galante.


domingo, 18 de novembro de 2007

Cores deste Outono

Adornado por brancas flores
o pacato medronho maduro
pintado de vermelho puro
inpira doces e ternos amores.

Bagas alaranjadas
bem expostas ao sol
folhas verdes desajeitadas
servem-lhe de lençol.

Verdes cheios de viço
de tanto parasitar
tornam o cinza ainda mais mortiço
perante tanto enrodilhar
expressões físicas do amar.

Cinzentos, castanhos pardacentos,
verdes muitos, variados amarelos ...
folhas caídas, mercê dos ventos,
enroladas em novelos ...
tapeteiam os pavimentos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Retrato de Viagem "à la minute"

Partir e chegar
objectivo primeiro
mas de permeio
há o estar
acompanhado
do leituras
acomodado
das rendas
atarefadas
boas prendas
mãos de fadas.
A conversa
vai-se fazendo
sem pressa
e o outro absorto
não está nessa.
As agulhas
automaticamente
mexendo
remexendo
e o diálogo
vai acontecendo
no decurso da viagem
à margem
de qualquer catálogo.
O leituras
ora direito
ora torto
lê compulsivamente
e a eito
pairando nas alturas
rindo disfarçadamente
como é seu jeito.
Chegada a Contumil
arrumar das letras
pontos? mais de mil
feitos e refeitos!
mais jeitos e trejeitos
e …caras ou caretas?

domingo, 11 de novembro de 2007

Provérbio

e prova o vinho.
assa castanhas ...
Pelo S. Martinho mata o teu porco ...

Fotografando ...

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Choro / Alegria

E há ainda o resplendor da união dos Amores Perfeitos ...
E também há o choro silencioso e brilhante das flores ...
E há o choro envergonhado e nocturno das folhas ...

Sei um ninho



sábado, 10 de novembro de 2007

Fantasia

Fantasia no estender das toalhas de praia.
O sol abrasador que se fazia sentir nesta
praia alentejana derreteu os corpos, restando
apenas, neste registo, as suas sombras.

Estação de Campanhã (do avesso)

Forma (d)invertida de ver a Estação

Sonhando com Estrelas

Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga

Miguel Torga

Retrato de Miguel Torga
(a partir de fotografia)

S. Martinho ... S. Martinho de Anta

S. Martinho ... S. Martinho de Anta (associação espontânea de ideias), terra-natal do Poeta que encanta porquanto fortaleza com singelas ameias que não defendem nem escondem a inquebrantável integridade, aliada à mais sublime simplicidade e, com a confissão assumida da sua própria fragilidade.

Miguel Torga, nascido no ano de 1934, "filho primogénito" de Adolfo Correia da Rocha, que o gerou com a idade de 27 anos.

Confissão/Declaração: De alguma coisa me hão-de valer as cicatrizes de defensor incansável do amor, da verdade e da liberdade, a tríade bendita que justifica a passagem de qualquer homem por este mundo.
(Miguel Torga, Diário, Coimbra, 9 de Dezembro de 1993)

S. Martinho

S. Martinho: Castanhas e Vinho

«O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros. vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.»
(in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Arranjar tempo

Arranjar tempo para isso ... para isto... para aquilo ... para aqueloutro ... é uma constante das preocupações diárias dos elementos da sociedade actual.
O tempo converteu-se num objecto de necessidade e de desejo, numa ânsia/angústia colectiva. Mas onde arranjar este "bem" tão pretendido, ou até mesmo, disputado?
- Na verdade, é óbvio, é clarinho como água, é uma evidência que preciso de mais tempo do que tu!
Será que as leis do mercado também já entraram neste domínio (eminentemente íntimo - sim, cada um é que sabe do tempo que sente necessidade) e, pelo volume da procura já não existe oferta, portanto, de produto esgotado não se faz comécio?
Mas, nesta lógica, a indisponibilidade do produto é a negação da existência do produto. Ou seja, o tempo, em si mesmo, não existe.
Ou será que o tempo não passa duma fantasia colectiva transformada, individualmente, em oportunidade de viver ou em negação da própria vida, invocando sempre a sua escassez?

domingo, 4 de novembro de 2007

Viagem vespertina

Olhos dormentes, pelas cores quentes.

Viagem matinal

Olhos enevoados, de mal acordados.

Auto-retrato

"O mundo de ilusões" do Photoshop

Misturas ...

Animando rochas

Sugestões morfológicas