sábado, 29 de dezembro de 2007

Outra Imagem do Historiador

2008 - 1º Centenário da Morte de Alberto Sampaio

Alberto da Cunha Sampaio
Guimarães, 15 de Novembro de 1841
V. Nova de Famalicão, 1 de Dezembro de 1908

Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra
Historiador (História Económica) dedicou-se ao estudo das Póvoas marítimas medievais e às Vilas do Norte.

Alberto Sampaio "quase pedia desculpa do seu saber e do seu valor às pessoas com quem convivia".
Viúva de Luís Magalhães
(Wikipédia)

Homenagem a Beatriz Costa

Beatriz Costa - Mafra, 14 de Dezembro de 1907 - Lisboa, 15 de Abril de 1996

No 1º Centenário do seu Nascimento, a Artista tem a palavra:

"Era, fui e serei sempre uma criança contente".

"Quando quero chorar, penso na minha vida sexual.

Quando quero rir, também".
Beatriz Costa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Boas Festas

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Não me esqueci de ti ...

Não, não me esqueci de ti
meu blog quase semanário
não, não me esqueci de ti
mas a época é de afazeres
institucionais e sociais
superiores aos quereres
eminentemente pessoais
o que me obrigou
a este afastamento
o que não significou
mero esquecimento.
Cá estou e estarei
para te preencher
és o meu registo-rei
do que me dá gozo fazer.

JRocha

sábado, 22 de dezembro de 2007

domingo, 9 de dezembro de 2007

Fonte de renovação

"Ano novo, vida nova"
já lá diz o velho ditado
e, se ela se renova,
dita-lhe o sentido desejado.
Não te escudes no destino
desculpa do em si descrente
prova-te que tens tino
luta por ti, vai em frente
porque
"Quem espera sempre alcança"
e o crente no seu potencial valor
que é a força original da esperança
se traduzida em querer e labor
conquista isto, isso e aquilo
seja lá o que fôr.

JRocha

Manifesto de Natal

Se
Natal
é quando
um homem quiser
manifesto o meu querer
Quero Natal todos os dias do ano
ou mais se tal puder vir a acontecer
não um dia de engano
só para inglês ver
e outrém enriquecer
Quero
Natal
na minha acepção
de união
de alegria
de boa disposição
de calorosa humanidade
de autêntica confraternização
assente na verdadeira fraternidade
fonte da almejada terrena felicidade
para todos, os da aldeia e os da cidade
Quero
solidariedade
não a egoísta caridade
encarada como passaporte
para a celeste e eterna felicidade
após a morte.
Quero
respeito por cada cidadão
justiça social e individual
equidade na distribuição
da riqueza nacional
Quero Natal!

JRocha

É Natal

É Natal
que alegria
tempo de férias
sonho e magia
Crianças contentes
sonham presentes
de noite e de dia
Tudo é apregoado
muito de consome
mas há fome
e muito pai desempregado
A alegria
aí é tristeza
num copo sobre a mesa
que agonia!
Ausência de presente
choro, desespero
falta de tempero
para pão ausente.

JRocha

Mensagem de Natal

Se
uma acha ... mais uma acha
não fazem uma fogueira ...


Se
um pão ... mais outro pão
não fazem uma refeição ...

Se
umas calças ... mais um casaco
não garantem agasalho ...

Então
uma esmola ... mais uma esmola
ao outro não consola

Logo
a caridade é mistificação

Se
só num registo de igualdade
se preserva a dignidade

Se
só num registo de interdependência
se vivencia a independência

Se
só num registo de liberdade
se exercita a responsabilidade

Então
a solidariedade é a solução

Logo
o frio gélido típico da Natividade
supera-se com o calor da Humanidade
Mais do que a egoísta caridade
cultivemos a activa Solidariedade.

JRocha

Lá longe ... É perto

Lá longe ...

nos limites que a vista alcança
e onde o monte beija o céu
está a nossa esperança
raio de luz em noite de breu

A crença, a fé determinada
é impulso para a acção
é como estrela iluminada
que nos indica a direcção

Por ela nos movemos
sabendo pr'a onde vamos
com ela realizamos
tudo aquilo que queremos.

... É perto.

JRocha

domingo, 2 de dezembro de 2007

Sonho da inocência

Reflexos ... ?

Admiração ou comiseração? (da pomba, claro!)

Confissão

Prometi-me
a dignidade inquebrantável
de ser responsável e livre.
Com a transparência, a franqueza,
o respeito, a lisura
- condimentos da minha ética -
me comprometi
e, a minha autonomia construi.
Se com esta postura
muito pessoal, muito minha,
outros magoei,
outros perturbei,
paciência,
assumo;
em coerência,
fui o que sou.
Assim vou continuar a ser
para me não violentar
para manter este querer.

JRocha

Desejo de Revelação

Ó mudas musas
que pela vossa mudez
são fonte de inspiração
de inquietação
de perturbação
de insensatez
de ideias obtusas
materializai-vos
sob formas humanas
corporalizai-vos
plenas de sentimentos
humanizai-vos
em plena nudez
sem roupagens
sem adereços
sem preços
sem encobrimentos
despidas de manhas
artimanhas
subtil subtileza
em estado de pureza
Sobre estes caboucos
contruiremos a felicidade
por vós insinuada
de forma continuada
através de sonhos loucos
bebedeiras de nebulosidade.

JRocha

Aparências

Quanto daquilo que sou
não posso mostrar que sou?
Ao mostrar-me já não sou
porque só mostro
o que se espera que seja
deixando de ser aquilo que sou
ocultando o que não quero que se veja.
Enfim
Só sou
em intimidade.

JRocha

Sentimentos

Sento-me
e sinto-me
inspirado
perturbado
ansioso
e nervoso
perante o aparelho ligado.
Escrevo maquinalmente
premindo teclas em desvario
atravessa-me uma onda de calor
seguida de outra de frio
e num fernesim permanente
continuo a teclar compulsivamente.
O que faço
não sei.
O que sai
logo verei.
só sei
que não me maço.
Sou, não sou?
És, não és?
Sou eu ou tua energia em mim ?

JRocha

Declaração

És sede
és água
és o jarro que não parti
és a beleza que não se mede
és a personificação da mágoa
por que sempre sofri.

JRocha

sábado, 24 de novembro de 2007

Flores deste Outono




Teia

"As teias de uma aranha são 5 vezes mais fortes do que o aço no mesmo diâmetro. - Além disso a teia pode ainda se esticar 4 vezes mais que seu comprimento inicial. - As teias resistem a água e a temperaturas até -45ºC sem se romperem".
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aranha

Poema gráfico

O peso do silêncio

Ouço o silêncio
como nunca o houvera ouvido
Pesa-me o silêncio
sensação que nunca houvera tido
O volume do silêncio
no máximo da altura
reforça o peso do silêncio
no ruído da amargura
Silêncio de voz
ausência de palavras
desencontro de nós
lavoura sem lavras
E o silêncio ruidoso
cada vez mais pesado
torna-se ruído penoso
deste fado não cantado.

JRocha

Ausência/presença/transparência

Capa presente
companheira
fagueira
inocente
Capa discrição
na aparência ausente
sempre quente
e crente
no sentir do coração.

JRocha

Do ver ao sentir

Apaguei o sol
acendi uma vela
curvou-se o girassol
perante a estrela
que tímida e tremente
mas cintilante
apareceu do oriente
rosada de ofegante.
Apaguei a vela
e na escuridão
deixei de vê-la
mas a sua cintilação
pude, enfim, senti-la
através da sua palpitação.

JRocha

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Os fios ... e os laços ... e nós

Nós ... e os laços ... e os fios
elementos da mesma rede
que se alimenta da sede
de nós e dos laços
e em que os laços em nós
se convertem
e revertem
em mais nós em mais laços e em mais fios
Os fios ... os laços ... e nós.


JRocha

Mais Cores deste Outono

Falsas uvas tintas
de um serôdio fim de Verão
nem com o som agudo das requintas
passais além de fraca imitação
do fruto a que alguém já chamou pão.

Paleta (quase) monocromática
de mil matizes e tons de verde
atitude de altivez aristoctática
de quem aprumadamente se ergue
e nem à força dos ventos se vergue.


De écharpe descaída do ombro
lá está ela, aprumada e elegante,
causando furor, ou mesmo assombro,
a todo o cavalheiro petulante
que a mire com olho galante.


domingo, 18 de novembro de 2007

Cores deste Outono

Adornado por brancas flores
o pacato medronho maduro
pintado de vermelho puro
inpira doces e ternos amores.

Bagas alaranjadas
bem expostas ao sol
folhas verdes desajeitadas
servem-lhe de lençol.

Verdes cheios de viço
de tanto parasitar
tornam o cinza ainda mais mortiço
perante tanto enrodilhar
expressões físicas do amar.

Cinzentos, castanhos pardacentos,
verdes muitos, variados amarelos ...
folhas caídas, mercê dos ventos,
enroladas em novelos ...
tapeteiam os pavimentos.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Retrato de Viagem "à la minute"

Partir e chegar
objectivo primeiro
mas de permeio
há o estar
acompanhado
do leituras
acomodado
das rendas
atarefadas
boas prendas
mãos de fadas.
A conversa
vai-se fazendo
sem pressa
e o outro absorto
não está nessa.
As agulhas
automaticamente
mexendo
remexendo
e o diálogo
vai acontecendo
no decurso da viagem
à margem
de qualquer catálogo.
O leituras
ora direito
ora torto
lê compulsivamente
e a eito
pairando nas alturas
rindo disfarçadamente
como é seu jeito.
Chegada a Contumil
arrumar das letras
pontos? mais de mil
feitos e refeitos!
mais jeitos e trejeitos
e …caras ou caretas?

domingo, 11 de novembro de 2007

Provérbio

e prova o vinho.
assa castanhas ...
Pelo S. Martinho mata o teu porco ...

Fotografando ...

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Choro / Alegria

E há ainda o resplendor da união dos Amores Perfeitos ...
E também há o choro silencioso e brilhante das flores ...
E há o choro envergonhado e nocturno das folhas ...

Sei um ninho



sábado, 10 de novembro de 2007

Fantasia

Fantasia no estender das toalhas de praia.
O sol abrasador que se fazia sentir nesta
praia alentejana derreteu os corpos, restando
apenas, neste registo, as suas sombras.

Estação de Campanhã (do avesso)

Forma (d)invertida de ver a Estação

Sonhando com Estrelas

Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga

Miguel Torga

Retrato de Miguel Torga
(a partir de fotografia)

S. Martinho ... S. Martinho de Anta

S. Martinho ... S. Martinho de Anta (associação espontânea de ideias), terra-natal do Poeta que encanta porquanto fortaleza com singelas ameias que não defendem nem escondem a inquebrantável integridade, aliada à mais sublime simplicidade e, com a confissão assumida da sua própria fragilidade.

Miguel Torga, nascido no ano de 1934, "filho primogénito" de Adolfo Correia da Rocha, que o gerou com a idade de 27 anos.

Confissão/Declaração: De alguma coisa me hão-de valer as cicatrizes de defensor incansável do amor, da verdade e da liberdade, a tríade bendita que justifica a passagem de qualquer homem por este mundo.
(Miguel Torga, Diário, Coimbra, 9 de Dezembro de 1993)